esse poema escrevi em 2019 e por um acaso achei no bloco de notas durante a semana então resolvi publicar. É sempre bom recordar dos recomeços primaveris e das emoções que sentia nesse tempo.
Ela começou lenta e úmida, com chuva. Algumas gotas de água que unem o sagrado ao profano, céu e terra.
Escorregando entre as folhas e insetos desconhecidos, lentamente tomou conta do caule.
Os pássaros contemplam o fenômeno dessa vez escondidos...doce lar que sempre os acolhem. Atípica tarde de setembro, faz tempo que não paro para olhar a chuva, essa que é minha grande amiga sempre tão mágica.
Daqui a algum momento, quando a chuva passar, as folhas secarão e servirão de comida aos insetos.
Os pássaros, com suas belas cantorias intermináveis, cantarão de lá pra cá e como tudo que é vivo tem seu caminho guiado pelo natural, eu voltarei para onde posso descansa de forma orgânica.
Vou voltar para casa na primavera.
Meu pulmão lentamente vai se esvaziar e meus sentidos se perderão.
Não lembrarei de metade das coisas que vi e serei raiz habitando no solo dessa terra. Serei em paz e crescerei junto com as estações, deixando sempre meu melhor para primavera.
Minha alegria será dias como este, quando poderei sentir pequenas gotas de água enchendo-me daquela substância que sempre me faltou enquanto humana, o romantismo da chuva. E com a certeza de que amanhã sentirei o calor reconfortante do Sol.
De qualquer forma, é apenas mais um recomeço de tardes longas e romances baseados no meu desconhecido Fim.
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